Melhores Picos de Surf no Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro possui algumas das mais belas e famosas praias do mundo. Apesar de estarem sempre cheias, os amantes do surf não se sentem desprezados pelas praias da cidade. Muito pelo contrário… há ondas para quase todos os gostos.


Onde Surfar no Rio de Janeiro?

O Rio de Janeiro possui algumas das mais belas e famosas praias do mundo. Apesar de estarem sempre cheias, os amantes do surf não se sentem desprezados pelas praias da cidade. Muito pelo contrário… há ondas para quase todos os gostos.

Na Zona Sul, em geral, os picos são um pouco mais inconstantes e só ficam bons em poucos períodos do ano. Devemos destacar que quando ficam bons, a qualidade da onda é de invejar muito gringo. Quando o mar está pequeno, os picos são perfeitos para iniciantes.

Na Barra e na Zona Oeste, geralmente a onda é mais forte e os picos funcionam com maior constância. Embora o mar fique pequeno às vezes, é recomendável que os aventureiros iniciantes saibam nadar bem, pois na maioria dos casos, a arrebentação fica longe da areia e há alguma correnteza.

Nesse post, eu resolvi falar resumidamente de cada praia do Rio de Janeiro e os principais pontos surfáveis delas. No futuro, farei postagens mais detalhadas sobre cada praia e sobre os “secret spots” da cidade maravilhosa.

As melhores praias e manchas de ressaca nas zonas do Rio de Janeiro

1. Surf na Zona Sul do Rio de Janeiro

Melhores pontos para surf no Rio de Janeiro South Parth

Praia do Leme e Praia de Copacabana

Observando a imagem acima, da direita para a esquerda, a praia do Leme é a primeira praia do Rio de Janeiro que pode apresentar condições de surf.

O canto esquerdo da praia é protegido por um paredão rochoso e quebra apenas em condições especiais. O  melhor swell   é o de leste, mas também pode funcionar com sudeste ou sul. O melhor vento é o de leste.

As ondas podem chegar até 2 metros nos maiores dias e a dica é tentar ir na maré mais alta, pois, quando está seca, elas ficam muito quebradeiras, surfáveis apenas por bodyboarders. O fundo é de areia e não é muito profundo. Também não há muita correnteza.

A praia de Copacabana raramente vai ter condições de surf. Os únicos pontos que podem surpreender são o posto 5 e o shore-break (laje na divisa de copacabana com o Diabo).

O shore-break de copa, no entanto, por ter fundo raso de pedra e ondas fortes tubulares curtas para a direita, não é aconselhável para surfistas, apenas para bodyboarders. Para funcionar, o pico precisa de swell de sudoeste ou sul e vento de sul. Para chegar ao pico, é necessária uma remada de 5 a 15 minutos.

O posto 5 pode funcionar no inverno. Com condições muito especiais, pode haver um fenômeno conhecido como Sorriso, com ondas fortes e curtas de até 3 metros tubulares quebrando para a direita e para a esquerda. O melhor vento é o sudoeste que entra terral e o  melhor swell   é o de sul/sudeste.

Praia do Diabo e Praia do Arpoador

O acesso a praia do Diabo é pelo próprio Arpoador ou pelo parque Garota de Ipanema. É uma praia parcialmente fechada por espaço militar e o acesso a areia só é liberado no canto direito. Entretanto, a água é livre para o surf e pode funcionar com ondas muito grandes e fortes em algumas partes do ano. Não é uma praia para iniciantes, pois também conta com correnteza e a formação das ondas é muito irregular.

Funciona  com swell   de sul ou sudoeste e vento de sudoeste ou sem vento. Quando o sudoeste acaba com a maioria das praias da Zona Sul, sempre vale uma conferida no Diabo. Grandes chances de encontrar ondas de meio metro quebrando. Nos maiores dias, as ondas chegarão a 1,5m e quebrarão para a direita e para a esquerda.

A praia do Arpoador, ou Arpex como dizem alguns surfistas, é um dos maiores símbolos da história do surf carioca, brasileiro e, talvez, mundial. Já recebeu importantes campeonatos de surf, como  o WCT   e o WQS e, junto com o Quebra-Mar, na Barra da Tijuca, foi um dos berços do surf no Rio. É um pico que pode agradar de iniciantes a especialistas, dependendo do dia, e pessoas de qualquer idade, porém, respeite os locais se você pretende cair lá. O crowd também é muito grande e, por ser um dos cartões postais do Rio de Janeiro, há muitos banhistas, portanto, é recomendável o surf lá em dias de semana bem cedo para fugir dos horários de pico. Outra opção é o surf noturno, já que desde 1989 a praia possui refletores que aumentam a visibilidade noturna.

A melhor ondulação é a de leste e também funciona  com swell   de sudeste. O melhor vento é o de leste e não há muita correnteza. As ondas podem chegar até 2,5m nos melhores dias, mas geralmente você vai encontrar meio metro quebrando para a esquerda. Nos melhores dias, conhecidos como Arpoador Clássico, a qualidade da onda fica realmente muito boa.

Praia de Ipanema e Praia do Leblon

As duas praias funcionam sob as mesmas condições, com exceção do canto direito do leblon que pode funcionar melhor. Tanto a praia de Ipanema quanto a praia do Leblon são muito inconstantes com formação muito irregular de ondas que geralmente são curtas, tubulares e quebram perto da areia, as famosas quebradeiras. Os melhores pontos são o posto 8 e o posto 11. Os melhores swells são os de sul e sudeste e o melhor vento é o de nordeste. As ondas chegam a 1,5m e quebram para os dois lados.

O canto do Leblon tem uma onda de muito mais qualidade do que o meio da praia. Também não é um pico para iniciantes. Quebrando para a direita, as ondas chegam a mais de 3 metros nas piores ressacas, mas normalmente ficam entre 0,5m e 1,5m. Os melhores swells são os de sul e sudoeste e o melhor vento é o de norte.

Praia do Pepino (São Conrado)

A praia do Pepino possui 3 pontos surfáveis completamente diferentes.

No canto esquerdo, as ondas são muito fortes e tubulares e, por isso, exigem muito do surfista em termos de posicionamento, remada e drop. Não é recomendada para iniciantes, pois além das qualificações já citadas, o surfista deverá ter muito controle de velocidade para saber a seção certa para sair do tubo sem tomar a onda na cabeça, se é que isso será possível. Caso resolva cair lá, respeite os locais. Os melhores swells são de leste e sudeste e o melhor vento é o de leste. As ondas chegam até 2 metros.

O meio da praia é bem mais inconstante e pode apresentar esquerdas curtas  com swell   de leste e direitas  com swell   de sul ou sudoeste. As ondas variam de 1m a 1,5m e no geral são ondas quebradeiras. O melhor vento é o de leste.

O canto direito é protegido do vento de sudoeste e pode proporcionar boas direitas, dependendo do dia. As ondas são fortes e tubulares e quebram para os dois lados. O  melhor swell   é o de sudoeste ou sul e o melhor vento é o sudoeste. Seria uma região muito bonita devido a proximidade da Pedra da Gávea, da Pedra Bonita e do Pico Dois Irmãos, além da visão das cores das asa-deltas, não fosse uma área castigada pela poluição de esgotos e trazida pela chuva.

Praia do Joá ou Joatinga

O acesso a praia da Joatinga não é tão simples. A descida é feita por pedras a partir de um condomínio residencial na estrada do Joá, mas esta praia caiu nas graças do carioca há poucos anos devido ao belo visual e as ondas de alto potencial.

Com swell de leste, maré baixa e ventos fracos, o canto esquerdo forma ondas tubulares perfeitas para a esquerda. As ondas ficam mexidas com todos os ventos, menos de leste. O meio e o canto direito são mais irregulares e acabam sendo preferidos por bodyboarders.

Quando o mar não está grande, é um pico bom para iniciantes. Com mar grande não é recomendável, pois não há um canal bem definido para entrada e as ondas perdem formação.

2. Surf na Barra e na Zona Oeste do Rio de Janeiro

Praia do Pepê

A extensão de areia que vai do Quebra-Mar até o Pontão do Recreio é a maior faixa contínua de praia dentro da cidade, se desconsiderarmos a Restinga da Marambaia, que é uma área militar. O primeiro trecho é conhecido como praia do Pepê, que vai do Quebra-Mar até a Av. Érico Veríssimo e já apresenta algumas belas oportunidades de surf.

O Quebra-Mar, junto com o Arpoador, era considerado o melhor pico do Rio nas décadas de 70 e 80, por causa de suas ondas perfeitamente tubulares. Hoje sofre com o despejo de águas sujas da lagoa da Tijuca e com surfistas que querem impor seu localismo.

Mesmo assim, caso você queira  surfar   lá, as melhores condições se apresentam  com swell   de sudeste e, principalmente de leste. As ondas normalmente têm de 0,5 a 1,5 metros, mas podem apresentar picos de até 3 metros. O melhor vento é o de nordeste ou leste fraco.

Logo após o Quebra-Mar, há um ponto conhecido como postinho. É o local atual da etapa do WCT  no Rio de Janeiro   e também quebra altas ondas. A vantagem desse pico é que quando as outras ondas da Barra estão fechando, ele geralmente continua com ondas de qualidade e melhor formação.

Os melhores swells para o postinho são sudoeste e sul e o melhor vento é o de sudoeste. As ondas variam de 0,5 a 2,5 metros. Em toda a extensão da praia da barra, desde o pepê até a reserva, os iniciantes devem tomar cuidado. Embora com mar pequeno seja um dos melhores lugares para aprender, é uma praia que apresenta correnteza e arrebentação longe da areia.

WCT 2014 no postinho:

Praia da Barra e Praia da Reserva

A praia da Barra e a praia da Reserva não possuem pontos certos para o surf. Praticamente toda a extensão da praia é surfável dependendo das condições. O ideal é percorrer a praia de carro e observar o melhor lugar com as melhores ondas.

Na praia da Barra, os pontos são demarcados pelos postos 4, 5, 6 e depois o Alfabarra, já quase na reserva. É uma praia que recebe bem ondulação de leste, sudeste, sul e sudoeste. O melhor vento é o vento de norte. Resumindo, é difícil chegar na Barra e não encontrar nenhuma onda aproveitável.

A grande vantagem da praia da Reserva é a ausência de crowd. Algumas lajes de pedra também incentivam a formação de boas ondas. A desvantagem é que a onda pode estar fechando muito e, além de ter alguma correnteza, a arrebentação fica mais longe da areia. As ondas ideais ficam entre 0,5 e 1,5 metros. Acima disso fecha. Recebe bem swell de leste, sudeste e sul e o melhor vento é o terral de norte.

Praia do Recreio

A praia do Recreio conta com várias valas no meio da praia nos dias de mar pequeno, direitas poderosas nos dias de swell grande e o pontal que é o canto da praia, totalmente protegido de ventos sudoeste.

O canto da praia quebra melhor  com swell   de leste.  com swell   de sul e sudoeste, as melhores ondas acabam ficando mais afastadas do canto. Dois pontos famosos são o posto 9 e a área em frente a rua Glauco Gil. O melhor vento é o terral de norte e as ondas variam de 0,5 até 3m nos maiores swells.

Apesar das ondas quebrarem para os dois lados, com maré baixa e swells grandes de até 8 pés, as direitas podem ser realmente longas. Quando o mar está pequeno é ideal para quem está começando no esporte. Se for  surfar   lá em um fim de semana, já vá ciente do grande crowd que será enfrentado.

Praia da Macumba

A praia da Macumba é a praia que fica depois da pedra do pontal no final do Recreio. É uma das praias de ondulação mais constante no Rio de Janeiro. O surf funciona quase o ano inteiro, principalmente  com swell   de sul ou sudoeste. É uma das melhores praias para  surfar   quando o mar fica grande no Rio de Janeiro, pois as ondas são cheias e não fecham com muita frequência. O melhor vento é o de norte.

Pela característica de suas ondas cheias, os surfistas de pranchão (longboard) são maioria no line-up. Para o surf de pranchinha, as ondas funcionam melhor no canto esquerdo da praia e/ou quando a maré está mais baixa. As ondas chegam de 0,5 a 2,5 metros e podem ser bastante longas.

A macumba também é um excelente ponto para quem está se iniciando no surf, porém requer um bom preparo físico. As ondas cheias indicam que não é preciso muita habilidade ou experiência para  surfar   na área, porém a arrebentação longe da areia e a falta de um canal claro para a entrada nos picos mostram que o surf pode não ser uma experiência tão simples lá.

Prainha

A prainha é outro exemplo de pico no Rio com muita constância e qualidade nas ondas. Funciona com qualquer swell, principalmente sul, sudoeste e leste, com terral de norte ou sudoeste. No entanto, possui um crowd certo. Se você não chegar lá extremamente cedo, a chance de conseguir parar o carro é quase zero.

Caso seja um dos sortudos que conseguiu estacionar no pico, poderá encontrar ondas de até 3 metros. Como é um pico que suporta todos os tipos de onda, fica difícil traçar uma característica predominante para o surf, tem que ir no dia e conferir. O canto direito possui ondas apenas para a direita e o canto esquerdo, pegando até seções mais afastadas para o meio do praia, possui ondas para os dois lados.

Seria uma praia excelente para o aprendizado de surf nos dias de mar menor, porém é frequentada pelos melhores surfistas do Rio e até do Brasil, tornando-se difícil para um iniciante conseguir pegar boas ondas.

Praia do Grumari

O Grumari é uma praia extensa com ondas fortes e tubulares, excelentes para o surf. Nos dias menores é interessante para iniciantes, mas nos dias grandes é melhor deixar para os profissionais. As ondas variam de 0,5 a 3 metros e a praia tem dias perigosos com correnteza bastante forte.

Quando o mar está pequeno, qualquer direção de onda funciona para o surf. Quando está grande, apenas sul ou sudoeste. Os melhores ventos são noroeste e oeste. No canto direito, sudoeste é surfável. No meio da praia, o fundo está sempre mudando e é difícil prever se a melhor onda será para a direita ou esquerda. No canto direito, o fundo é mais estável, formando um bom pico de direitas. Nos dias grandes em que se reune as melhores condições, é um dos melhores lugares da cidade para  surfar   ondas grandes.

A praia do Grumari fica numa região de floresta, isolada da cidade e de áreas residenciais. Por isso, não recomendamos que fique até depois do anoitecer no local.

Prainha de Barra de Guaratiba e Restinga da Marambaia

Barra de Guaratiba é o último bairro do Rio de Janeiro com praias antes da restinga da marambaia. As dificuldades que cercam este point de surf fazem com que uma das melhores ondas da cidade seja pouco conhecida pelos cariocas.

Dentre as dificuldades, destacam-se a distância dos grandes centros, pois fica a mais de 1 hora do centro do Rio, o forte localismo na região, o fato de ser uma onda para experts quando quebra em suas melhores condições e a dificuldade de estacionar combinada com poucas linhas de transporte público com acesso ao lugar.

O melhor pico de surf fica na prainha de barra de guaratiba, uma pequena faixa de areia na saída do canal que liga o Rio continente a restinga da marambaia. Quebra apenas em condições especiais, com ondulação de sul ou sudoeste e ventos de nordeste e leste. Quando atinge essas condições, as ondas são tubulares perfeitas e podem ser longas pois continuam restinga da marambaia adentro, lembrando as ondas balinesas. Chegam de 0,5 a 2 metros.

Conclusão

Como citado antes, espero ter mostrado que o Rio possui tipos de onda para todos os gostos de surf, experiências e idades. Agora que você já tem um guia de ondas da cidade, no mesmo lugar, basta entrar em sites de previsão de ondas como o Windguru, o  Brasil Surfline   ou o Rico Surf, pesquisar a condição das ondas e vento para os próximos dias e decidir o seu pico. A equipe adrenalina10 deseja que você tenha belas ondas!

Em breve faremos posts sobre cada pico especificamente e sobre outras cidades do Brasil. Seria excelente ouvir sua opinião sobre quais devem ser os próximos. =)

Perguntas Frequentes

Grumari Beach é uma boa praia de surf?
Sim, Grumari é uma praia extensa com fortes ondas ocas, ótimas para surfar. Nos dias pequenos, é divertido para iniciantes, mas nos grandes dias, é melhor deixar para os profissionais. As ondas variam de 0,5 a 3 metros e há dias perigosos na praia com correntes muito fortes.
O que destaca esses pontos de surf no Rio de Janeiro e a que variedade de habilidades de surf eles atendem?
Os melhores pontos de surf do Rio oferecem uma mistura de tipos de ondas, de intervalos suaves para iniciantes a ondas desafiadoras para surfistas avançados. Locais como Arpoador e Prenha são conhecidos por ondas consistentes, belas paisagens e culturas vibrantes de surf local.




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