Conheça as 10 Maiores Ondas do Brasil para Surfar

O Brasil está longe de fazer parte dos destinos certos dos big riders (surfistas de ondas gigantes) em busca dos grandes swells ao longo do ano. Mas existem alguns picos que, dependendo das condições, podem assustar até os mais experientes. Alguns são mais consistentes na temporada certa e outros só funcionam nas grandes ressacas para os mais corajosos.
Conheça as 10 Maiores Ondas do Brasil para Surfar


Introdução – As Maiores Ondas do Brasil

O Brasil está longe de fazer parte dos destinos certos dos big riders (surfistas de ondas gigantes) em busca dos grandes swells ao longo do ano. Mas existem alguns picos que, dependendo das condições, podem assustar até os mais experientes. Alguns são mais consistentes na temporada certa e outros só funcionam nas grandes ressacas para os mais corajosos.

Quando se fala de ondas gigantes ou nas maiores ondas do Brasil, os desavisados logo vão imaginar a imagem do Carlos Burle dropando aquela bomba de mais de 30 metros em Nazaré, Portugal. Mas, felizmente, ou infelizmente dependendo do seu grau de loucura, já será uma grande raridade encontrar uma onda surfável de 5 metros por aqui.

Para escolher as 10 maiores ondas do Brasil, eu fiz algumas pesquisas e me baseei bastante no prêmio Greenish que elege a maior onda, o melhor tubo e o melhor aéreo do Brasil anualmente desde 2007. Para concorrer ao prêmio, não precisa ser profissional. Basta enviar um vídeo com uma onda surfada por você na remada e torcer.

Vamos às maiores ondas do Brasil (surfáveis)…

prêmio Greenish

1. Laje de Jaguaruna – Jaguaruna – Santa Catarina

A Laje da Jagua, como é conhecida, este local calmo e pacífico como pode ser visto na imagem acima, é considerada a maior onda do Brasil. Uma formação rochosa submarina situada a cerca de 5km da Praia do Arroio Corrente e do Balneário Nova Camboriú é a verdadeira responsável pela formação dessa onda gigante.

O local foi descoberto para a prática do surf em 2003 e já em 2007 recebeu o I Mormaii Tow In Pro, primeiro evento de tow-in do Brasil. O pico funciona com alguma frequência quando entram grandes swells de sudoeste, sul ou leste em qualquer maré e com vento de leste. E quando ele funciona, você pode ir para lá com a certeza de que vai encontrar alguns dos melhores big riders do mundo, pois na ressaca as ondas podem passar de 5 metros.

Não preciso nem dizer que para  surfar   este pico você precisa ser ou profissional ou kamikaze e deve estar bem equipado para ondas gigantes.

2. Ilha dos Lobos – Torres – Rio Grande do Sul

A ilha dos lobos também possui uma formação rochosa submarina que forma uma das maiores ondas do Brasil. A onda quebra a 2km da costa de frente para as falésias da cidade de Torres, na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina.

Fica gigante algumas vezes ao longo do ano com grandes swells de Sudeste, Leste e Noroeste, ventos de Oeste e Sudoeste e maré crescente. As ondas podem chegar a 5 metros nas maiores ressacas. O surf lá ficou proibido pelo IBAMA durante muito tempo para proteção ambiental, e hoje ainda é controlado e requer autorização do ICMBio. A alegação é que a modalidade tow-in, com o uso de jet-skis, causa danos ao meio ambiente.

Nos dias de ondas gigantes, o surf na Ilha dos Lobos é recomendado apenas para quem é profissional e muito experiente. A forte correnteza inviabiliza qualquer chance do surf lá na remada e, mesmo no tow-in, oferece riscos, pois pode atirar o jet-ski nas pedras.

3. Praia da Cacimba do Padre – Fernando de Noronha – Pernambuco

A praia da cacimba do padre em Fernando de Noronha é um beach-break com ondas tubulares e poderosas. Normalmente funciona com um tamanho normal, entre 1 e 2 metros, mas em alguns poucos momentos da história há a ocorrência de um fenômeno conhecido como superswell, que pode transformar as ondas em bombas aterrorizantes de mais de 4 metros. Algumas características especiais do arquipélago fazem com que ele suporte os superswells em boas condições. A principal delas é o fato dele ser cercado por profundidades de 4 mil metros criando a fama de havaí brasileiro.

fenômeno conhecido como superswell

Considerada por muitos surfistas como a melhor onda do Brasil, ela funciona  com swell   de norte e noroeste e vento de sul e sudoeste. Além disso, o visual indescritível de Noronha e o pouco crowd fazem desse pico uma experiência única. Não é um local tão difícil de  surfar   como os dois primeiros desse post, mas requer bastante experiência.

4. Itaúna – Saquarema – Rio de Janeiro

Saquarema é considerada por muitos surfistas o maracanã do surf. A praia de Itaúna, que é um dos picos principais por lá, possui um point-break bem próximo a praia bastante famoso. Embora permita que surfistas menos experientes nos dias menores, quando entra um swell grande, não recomendo para aventureiros.

Funciona com quase todas as direções de swell e vento, caso não seja muito forte, tornando o pico muito consistente. O pico clássico é uma esquerda que quebra perto da pedra, mas também há uma direita no Backdoor no outro lado da pedra, um beach-break mais para o meio da praia e uma laje no outside. Nos dias mais fortes, essa humilde bomba pode chegar a 4 metros de altura e ela quebra o tempo todo, formando uma das maiores ondas do Brasil e uma das mais famosas!

O pico de Itaúna já recebeu o WCT, a elite do surf mundial, em 2012. Hoje em dia, recebe anualmente uma etapa prime do QS. Outro fator interessante é que este é o primeiro pico desse post em um lugar muito fácil de chegar. Saquarema fica a cerca de 100km da capital do Rio de Janeiro.

etapa prime do QS

5. Praia da Vila – Imbituba – Santa Catarina

O banco de areia da praia da Vila é um dos melhores e mais famosos picos de surf do sul do Brasil. Já sediou varias etapas do WCT, até perder o posto para a praia da Barra da Tijuca  no Rio de Janeiro   muito mais pela pouca infraestrutura da pequena cidade de Imbituba do que pela qualidade de classe mundial de sua onda.

O pico é bastante consistente e funciona  com swell   de sul, sudeste e leste e quase todos os ventos, desde que não sejam de leste ou derivados (marais). Se você vai  surfar   na praia da vila, respeite os locais e evite o crowd de fim de semana. Nos maiores dias, pode chegar a 4 metros.

6. Laje do Patiero – Ubatuba – São Paulo

A laje do patiero é mais um importante destino dos big riders do Brasil. Também é um ponto que é causado por uma formação rochosa submarina, como a Laje do Jagua e a Ilha dos Lobos. A prática do tow-in é muito comum nesse ponto, mas também é possível encontrar alguns malucos surfando ondas de mais de 4 metros na remada.

O pico fica na península de Ponta Grossa e, para chegar lá, é necessário conseguir um barco ou jet-ski. Não é recomendável tentar chegar remando devido às correntezas e a longa distância das praias mais próximas. Funciona apenas em condições especiais, com ondulação de sul ou sudeste.

7. Praia do Silveira – Garopaba – Santa Catarina

A praia do Silveira é um dos melhores pontos de surf do sul junto com a praia da Vila, a praia da Joaquina, Campeche, dentre outros. No canto direito, há um famoso point-break com fundo de pedra que pode formar uma das maiores ondas do Brasil nos dias de swell maior, chegando a cerca de 4 metros. Na parte norte, existem alguns beach-breaks com menor crowd.

É um pico muito consistente, pois funciona bem quase com qualquer vento e fica melhor com ondulações de sul e sudeste e maré média. No inside do canto direito, nos swells menores, existe uma onda rápida e tubular conhecida como Mike Tyson. Dá até para imaginar o motivo… Se você decidir  surfar   no canto direito, respeite os muitos locais para não ter problemas.

8. Praia de Itacoatiara – Niterói – Rio de Janeiro

A praia de Itacoatiara, em Niterói, apesar de ter fundo de areia, é um dos beach-breaks mais perigosos do Brasil, especialmente nos dias de ressaca, quando pode formar uma das maiores ondas do Brasil, medindo até quase 4 metros. A própria característica da onda, de quebrar muito perto da areia, sua força e a correnteza que joga o surfista de volta para o outside são as principais razões pelas quais é um pico tão perigoso.

Por ter essa onda mais “quebradeira”, Itacoatiara acaba sendo um pico mais conhecido por body-boarders, mas alguns surfistas kamikazes também enfrentam o pico. Funciona bastante ao longo do ano com ondulações de sul, sudeste e sudoeste e ventos de norte, noroeste e nordeste. A maré cheia é melhor até para que as ondas quebrem um pouco mais longe da areia.

9. Praia da Vila – Saquarema – Rio de Janeiro

Depois da praia de Itaúna, a praia da Vila é o pico mais conhecido de Saquarema. Embora não fique tão grande como Itaúna, nos dias de ressaca, a praia da Vila pode formar uma das maiores ondas do Brasil, como mostra o vídeo. É um pico muito fácil de achar em Saquarema, pois fica no meio da cidade, e os locais costumam ser mais amigos do que em outras cidades do mundo, pois lá nunca falta onda para ninguém. Mesmo assim, é bom evitar problemas.

É um pico de direitas e esquerdas que funciona bem com ondulação de sul, sudeste e leste e ventos de norte, nordeste e noroeste. Funciona com muita frequência ao longo do ano.

10. Pororoca no Rio Araguari – Amapá

Nem sempre o surf é sinônimo de mar. O surf na pororoca do rio Araguari possui a onda mais longa do mundo. Por se tratar de uma onda grande e forte, podendo chegar a quase 4 metros, o surf na pororoca se tornou uma experiência bastante cobiçada entre big riders e surfistas experientes.

A pororoca é um fenômeno que só ocorre algumas vezes ao longo do ano, dependendo da combinação de marés e luas. Uma forte correnteza vinda do mar entra rio adentro, formando uma onda poderosa que pode ser considerada uma das maiores ondas do Brasil. O melhor período para encontrar a pororoca é nas luas cheias e novas de janeiro a maio. De agosto a novembro, o fenômeno também pode ocorrer, mas o rio fica mexido com muito vento, sendo preferível a prática do kite-surf.

Se você deseja  surfar   a pororoca do Rio Araguari, uma das maiores ondas do Brasil, busque ajuda profissional contactando as agências especializadas no próprio Amapá. E cuidado com os jacarés, cobras e piranhas que nadam pelo rio Araguari.

Conclusão

É isso, pessoal. Eu tentei aqui fazer uma seleção das maiores ondas do Brasil, baseado em opiniões e pesquisas em sites como o Wanna Surf. O Brasil não é o melhor lugar do mundo quando o assunto é ondas gigantes, mas mesmo assim tem uma série de opções para big riders e aspirantes a tal. Posso ter esquecido de algum ponto ou outro e peço que vocês me avisem pelos comentários, caso tenha o feito.

Wanna Surf

xistem também algumas lajes récem-descobertas, ou que não apresentam condições muito favoráveis para o surf. Estas eu preferi omitir, mesmo que possam ser algumas das maiores ondas do Brasil, para não induzir ninguém a tomar riscos desnecessários.

Uma das melhores formas de aproveitar todas estas ondas pode ser arranjar um emprego que lhe permita  surfar   - seja perto da praia, encontrando um horário flexível ou mesmo um trabalho remoto!

Perguntas Frequentes

Quais são as características das maiores ondas do Brasil e o que os surfistas devem saber antes de enfrentar esses pontos?
As maiores ondas do Brasil são conhecidas por sua altura, poder e habilidade necessária para navegá -las. Os surfistas devem ser experimentados, entender as condições locais e, idealmente, buscar orientação dos surfistas locais antes de enfrentar esses pontos desafiadores.




Comentários (2)

 2019-08-14 -  Luiz Ignacio Guimaraes
Grato pela escolha do vídeo da Praia de Itaúna.
 2019-08-15 -  Filippo Ghermandi
@Luiz Ignacio Guimaraes. Luiz, o vídeo é seu? Quer que eu coloque seu nome ou nome da sua produtora abaixo com link para o site? Será um prazer

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